BEIJA FLOR & ARQUIVO VIVO – booklets 2014

… em 2014, publiquei 2 livros, voltando ao formato dos anos 80,com grampo e poucas páginas.
… além disso, voltei a utilizar os mesmos índices estilísticos – e a mesma estética criativa – dos anos passados, só que amparados por um vasto repertório de vivências … voltei a escrever nos lugares em que os poemas surgiam; vivendo no corpo e no espírito o que os versos tratariam de resolver em palavras selecionadas como charadas existenciais; lidando pessoalmente com os custos psíquicos dos temas e com os transtornos de personalidade a eles associados … tive a sorte de estar fazendo um evento e, nesse evento, por conta de sensações vividas em tempo real e sentimentos reativados por coincidências extraordinárias.
Refletiam sentimentos restaurado de um limbo passivo e  por uma musa viva … alguém que avaliei que valeria cada uma daquelas ideias abstratas

…mas, quis o bom deus que me guia que os resultados não fosse o que eu poderia prever nem o que eu gostaria de ter experimentado (embora, cá entre nós, não soubesse que ia dar no que deu e o que deu não deu pra achar maravilhoso nem simpático) … não que ela não gostasse do que estava dito, mas por que vivia uma fase confusa na vida e não havia tempo para dar atenção àquela memória  que há muito já havia sido cremada … ficou com uma tromba que cheguei a me sentir mal de fato … foi um momento difícil para as minhas ideias … um problema ao vivo que não tinha solução nem estava controlado. Acabou que achei melhor acabar com o evento do que continuar aquela inútil sangria que em nada era agradável …

Tudo bem que grifei errado o título do ARQUIVO VIVO e perdi o link com o Ginsberg, que, por sinal em relação ao conteúdo nada tinha … tudo bem que a flor daquele BEIJA FLOR que eu tinha como modelo vivo não quisesse ser pro meu bico …  nem tudo de bom estava perdido … os poemas estariam vivos mesmo quando o poeta e sua musa partirem para outra dimensão do tempo em que se encontraram para que isso fosse possível … algo de muito essencial havia ocorrido: um novo meio de escrever tudo aquilo, novos poemas, novos livros … um novo ciclo havia começado.

Do evento em que foram escritos e lançados, com participação de Arnaldo Brandão, Fausto Fawcett, Rogério Skylab, Fred Nacimiento, Bia Provasi, Mano Melo, Marisa Vieira, Nélson Freitas … ficou este vídeo … foi um evento muito esperto … fiquei triste por tê-lo encerrado … mas não me era mais possível conviver com o que eu convivia … nem expor àquilo quem eu amava … foi triste … foi muito bonito!

VIVOaoVIVO: o audiovisualbook

…só eu sei o que VIVI ao longo dos dois intensos eventos do VIVOaoVivo (realizados na Casa da Táta, Gávea – RJ) nas quartas de 25 de março e 8 de abril de 2015. O evento foi promovido no Facebook, assim:

VIVO ao VIVO – UM AUDIOVISUALBOOK, ao vivo (1) – 21-03-2015

…ando (ansioso por conta do volume de detalhes técnicos e profissionais) imaginando um novo evento com poesia na “matrix conceitual” e um cross-over de stand up e spokenPoetry – e desta vez estarei registrando tudo em alta, para um produto audiovisual novo e original, envolvendo, em cena, pessoas da minha mais alta estima Beatriz Provasi – Betina Kopp – Marcela Giannini – Juliana Hollanda D’Avila – Mano Melo – Arnaldo Pires Brandão … no set line, duas pérolas com pilhas DuraCell garantindo a pressão dos empenhos- duas amigas que a vida me deu quando tudo me parecia esvaziado de sentido;- Tatiana Coelho – Sandra Bandeira … além da camera e do backOffice de alta performance de Zé Peixoto no comando dos registros … serão dois dias em uma quinzena e o desafio é manter a dinâmica de um evento corrente na Da Casa da Táta, com dois artistas plásticos executando ações paralelas de action-painting Jorge Barata e Adriana Portas…

…sei que vai ficar restrito a uma audiência mínima, mas, uma vez registrado, a camada de tempo – timelayer – onde o acontecimento esteve em tempo real pode propiciar a quem o acessar um salto quântico, onde o passado e o futuro estão tão compactados que suas diferenças se compensam.

…daí, me peguei lembrando do entusiasmo e da paixão criativa que sempre me foram o combustível ideal para se ter aquela alegria infinitamente poderosa de experimentar coisas sem referências sem receios de estar fazendo coisas sem sentido … era só por a imaginação pra fora, e atuar com prazer, que tudo sairia sem problemas … tudo sem ensaio … tudo vai se resolver na hora, em tempo real!

VIVO ao VIVO 1.0 – UM AUDIOVISUALBOOK, ao vivo (2) – 22-03-2015
ou do Sexo dos anjos (tá nas asas) ao Sexo dos Índios (onde está?)

começando a pensar no desafio que serão as duas noites de gravação do audiovisualbook VIVOaoVIVO;
… estava à cata de “temas” que possam gerar introduções para poemas falados (o que é bem diferente de poesia concreta ou da convencionalmente escrita) e canções que possam receber interferências em suas estruturas melódicas e rítmicas que gerem um novo formato de criação para a poesia (PoeMusix) e distribuir os poemas convenientemente em duas sessões; no intuito de otimizar o trabalho de quem vai filmar e montar os conteúdos a serem gerados dia 25 de março (próxima quarta) e 8 de abril (quinze dias depois), de repente, cheguei a uns inusitados pressupostos.
… para esta primeira sessão vou contar com Brandão e re-contextualizar o que estamos a fazer experimentalmente nos últimos anos em sessões para públicos pequenos com resultados excelentes e substancialmente diferentes do que convencionalmente se chama de sarau e longe da teatralização quase naturalista de alguns poetas em atividade

1] Além de revitalizar recontextualizando (esse é um conceito vetorial) sua missão de abrir A POESIA É UMA LADY, na versão fatal e definitiva que Betina Kopp traduz de maneira singular na sua voz singular, achei no baú das memórias dissolvidas um poema original, lá do ano em que ela nasceu (1983) e que deu margem e munição para a criação do sucesso “Totalmente Demais” e, editado, integrou-se à safada “Cheira Confusão” – MIDNITE CINDERELLA -a ser feita num número ao estilo do “Mobile Ping-Pong” – uma experiência de ponta, que será executado junto a Arnaldo Pires Brandão, que criou ambas as canções e produziu o audiobook do Mobile Ping Pong, em 2009 … acho que ela topa voltar a atuar comigo no palco … tomara!

2] Vou poder contar com o jogral do trio Madame Kaos Juliana Hollanda D’Avila– Marcela Giannini – Beatriz Provasi para testar com completa liberdade de escolha o uso fragmentado de “cut-ups” (seletos ou aleatórios) dos poemas de meus livros recentes; bem como com a tesoura de Marisa Vieira numa consolidação de experimentos que venho testando ao vivo, sem ensaios, nos eventos do KinoKlubb – onde o audiovisual integra o compacto em cena, inserindo uma camada de tempo simultaneamente fragmentada e ilustrativa para uma apresentação de poemas ao vivo – criando um conjunto de adjacências descontínuas (em relação aos sentidos e significados gerados pela mecânica quântica da Poesia, mais suplementares do que meramente complementares) capazes de gerar novas versões compactadas do que é expresso em peças independentes, na base daquilo que já vem sendo testado com a “con-fusão” de Patricia Carvalho-Oliveira, em seu Performance 8 – outro evento de ponta do qual só tem saudade quem viu e se informou a respeito…

3] Vou agregar o clássico “MADONA” de Mano Melo a uma canção inédita e recente com Arnaldo Brandão “Gostosa“, que fizemos pensando na voz e no jeito de cantar da Marina Lima – aliás, em todo o evento previsto só vamos por em cena canções novíssimas e inéditas, toda recentes…

4] ..e finalmente vou poder registrar Beatriz Provasi falando um poema que ela recria com uma pontuação exclusiva de sua voz e do seu jeito de recitar: EU SOU A SUA SOLIDÃO, assinando a canção que há de pontuar o filme que acabei de fazer com Zé Peixoto, tendo no elenco a força de uma Sandra Bandeira, a delicadeza de Tatiana Coelho e e a expressividade de Laura Ottoni – além da performance espetacular de Bayard Tonelli: POR FAVOR, NÃO LIGUE O GÁS!

…estava divagando quando, de repente, fiquei eu com a minha parte no evento diante de muitas opções. Algumas são recentes, outras tenho que praticamente estudar os muitos meios capazes de juntar o quebra cabeças de estrofes dispersas, todas criadas de improviso e que, só quando alguém filma e me manda o filme eu reaprendo e incorporo ao repertório mutante.
… tenho que achar algo para a primeira sessão uma vez que, para a segunda sessão, estarei reservando as apresentações mais performáticas e de sofisticação estética no trato para com os conteúdos, mas, para esta primeira viagem, o vetor romântico (eternamente Sheakespeare, apesar do sangue de Machbeth e das loucuras de Coriolano), levado aos labirintos do existencialismo sartreano (o ser precede ao nada), às epifanias do construtivismo e às ciladas do nouveau roman de um Alain Robbe-Grillet (como o improviso de O Circo, recentemente realizado no evento do Mano, na mesma Da Casa da Táta, onde realizarei o primeiro evento), onde os objetos são reanimados como os ready-mades de Duchamp e os adjetivos ganham vida própria cada vez que qualificam alguém…
…e, de repente, um tema surgiu algo inusitado e recorrente nos tempos modernos (se é que a cafonice contemporânea pode ser chamada assim): SEXO!

…quem diria? SEXO!
…mais banal que isso só discussão sobre que partido é o mais corrupto no governo, papo de direitos humanos politizando opção sexual homoerótica e papo sobre qual é a melhor cerveja que existe nos bares onde a maioria é da AmBev … rsrsrsrs

Evitando o ridículo de grupos aparvalhados e metidos a vanguardistas de meia cueca que se apoiam nessa bandeira promíscua e infantil, capaz de chocar conservadores provincianos e moralistas indigestos, fui caçar borboleta na rede e buscar informações que me revelassem uma posição para engendrar uma charada poética … simplesmente falar dessa pulsão orientada pela libido é o mesmo que comer sopa de letrinhas (como diria Kosta K: Sexo Oral: comia todas, da boca pra fora!)
…ajustando meu telescópio no céu das estrelas tripleX, apenas confirmo que essa força da natureza e o interesse crescente (é um “business” gigante não só no leste europeu) que se cultiva atualmente por ela, tirando os tarados e psicopatas – que dispõem desta isca para pescar peixes que não sabem comer a isca e cuspir o anzol – é coisa apropriada às descobertas da juventude e à explosão hormonal dos adolescentes … pra gente madura é como trocar terebentina por gouache (rsrsrsrs)
… daí que fui buscar auxílio numa proposta ousada e sagaz de minha amiga Beatriz Provasi, em seu discurso anti-machista, realizado no Dia Mundial das Mulheres, em Niterói e acabei achando uma ideia do cara … quer dizer, da buceta, né Bia?…
… a princípio, escalaria um poema sensacional em que estou trabalhando apenas a mudança de gênero de substantivos (do masculino pro feminino e vice-versa), mas acho que ainda não achei a chave-mestra que possa dar a ele o impacto desejado … na ânsia de virar a madrugada achando elementos que pudessem suprir esse hiato pantagruélico, fui ao Google e… que coisa!

SEXO!!!!,
em vários idiomas, varia, mas o som é quase o mesmo, derivando pra seks, sesist, sechs, sishts .. parece que até em grego, hindi, mongol, japonês e chinês soa parecido … mas, para meu espanto, não existe essa palavra na maioria das línguas indígenas!!! Não só as línguas dos silvícolas brasileiros como a de seus irmãos norte-americanos, incas, aztecas ou maias!
… caramba, que curiosidade!
… o ato sexual não tem nome nessas línguas … e olha que eles “fazem sexo” à bessa sem nenhum problema que interessaria a um Reich, um Lacan, um Freud – embora tenha interessado a Levi-Strauss…
… quem diria?
…uma palavra que traduza ao pé da letra o que chamamos de SEXO, não achei nenhuma, nem remotas referências entre o povo cara-pintada que anda nu por aí, sem usar banco, sem pegar taxi, pagar aluguel … rsrsrs – o máximo foi um tal Köont (sei lá como pronuncia) de uns índios do Alaska, e mesmo assim referente e restrito ao cruzamento de animais para a criação de rebanhos!  … rsrsrsrs … Índio não tem sexo? rsrsrsrsr

Dizem que até galinhas e galos copulam … nunca vi … nem sei de bactérias fazendo amor no nosso sangue … sei que a louva-deusa quando pega o louva-deus é fatal … quer saber? Nunca vi nem ouvi falar em filme pornô com índios inventando perversões diversas!

… como achei que isso é uma censura de base na moral religiosa do Google, se alguém achar algo a este respeito, avise, para que eu possa montar uma charada poética das boas até quarta-feira …

algumas palavras que usamos que nossos índios nos deram: cafuné, cafofo, caguetar, dengo, cutucar, goela, … mas sexo mesmo não ouvi nada nem achei nada, mas, seguindo na onda da Bia, acho que se houver essa palavra entre os povos da floresta, ela tem grande possibilidade de ser um substantivo … feminino!

VIVO ao VIVO 1.0 – UM AUDIOVISUALBOOK, ao vivo (3) – 23-03-2015
ou Porque estou fazendo o que faço?

…tem tempo que sei que devo fazer bem feito
tudo aquilo que faço
porque, alcançado esse objetivo determinado
serei eu mesmo quem se sentirá mais satisfeito
com os resultados

…tem tempo que não vejo dinheiro
fazendo bem feito o que faço
e mesmo assim, sigo confiante
crendo ser, no mínimo importante
continuar dando passos adiante
mesmo que, financeiramente
isto não adiante nada

…uma obra de Arte não me satisfaz
apenas por ter conseguido realizá-la
esquecendo alguns prejuízos
para, que mesmo não sendo gratuita
possa considerá-la feita de graça
já que acredito que sua potência
seja por conta da beleza
seja pelo impacto que possa causar
não tenha preço que possa pagar
a ansiedade e os delírios
que não me conduziram a ter aquela fé
que sensorialmente me manteve vivo
enquanto eu criava seu avatar

… o que me satisfaz numa Obra de Arte
não é o fato de realizá-la de graça
é a graça que ela sutilmente me concede
de sentir lá no fundo do peito
que fui capaz de ter tido imaginação suficiente
para desenvolvê-la, adorá-la e criá-la
com um amor com alto teor de pureza
similar ao que se tem por um filho
que simplesmente me abençoa
em nome do que pode ser sagrado

…mesmo que fique incompleta
(como os braços da Vênus de Milo)
interrompida por alguma deficiência pessimista
ou por uma fatal reunião de mal-entendidos
que, durante seu processo alquímico
não me tenha permitido completá-la
nem alcançar suas metas primárias
restar-me-á saborear a lembrança
de todos os esforços sinceros
que me motivaram a tê-la dentro da minha vida
como uma das delícias que meu destino permitiu
que eu inocentemente saboreasse
antes que eu venha retornar àquele nada
que sempre esteve lá,
desde de que minha vida começou a ser vivida
quando pus o pé na minha estrada
sem saber para onde ia
e sem saber qual como seria
(ou quem eu seria)
alcançar a linha de chegada

…tem tempo que experimento entender
que mesmo fazendo o melhor que posso
nem sempre agrado a todo mundo
e que poucos entendem o que foi tentado
quando me lancei de peito aberto
num desafio romântico e inesperado
que mesmo passando desapercebido
criou um mundo que me é conhecido
e onde vivo emancipado

…hoje, me claro e preciso saber
que não agradaria aos que nada querem saber
nem aos que não gostaram dos resultados
se fizesse tudo aquilo que não fiz
porque não sei fazer o que não faço

…tem tempo que sei que a cada sucesso
corresponderá um secreto fracasso
o de não poder fazer mais e melhor
tudo que aquilo que eu faço

VIVO ao VIVO 1.0 – UM AUDIOVISUALBOOK, ao vivo (4) – 24-03
primeira sessão de filmagem do audiovisualbook
quarta-feira – 25 de março -Da Casa da Táta

… nesta primeira sessão (a segunda será completamente diferente) o mimo romântico da poesia será quase o de um tango e o ritmo compacto da música terá a ver com rock’n’roll … a balada será uma balada onde o blues é uma referência de estilo – neste evento, por conta do que Rimbaud chamava de ‘un dérèglement de tous les sens‘ é a missa que vai rezar o padre, entenderam?
.
… amigos e amigas queridos em todos os sentidos além de praticamente imprescindíveis ao que deve ser a alegria em minha vida, como Betina Kopp – Beatriz Provasi – Marcela Giannini – Juliana Hollanda D’Avila –Marisa Vieira – Mano Melo vão falar meus poemas no início, no fim e no meio (!) de músicas que fiz com Arnaldo Pires Brandão, todas inéditas, todas novinhas em folha.
…o palco será como um set de cinema em ação que se estenderá até a rua, na vitrine externa, onde a artista Adriana Portas vai intervir com seus pincéis numa action-paint singular…
Fora o fato de que poderei ter como proteção e segurança o savoir-faire espiritual de Tatiana Coelho e o a inestimável alquimia positiva de Sandra Bandeira…
Tudo filmado em alta pelo diretor Zé Peixoto que, por ter chegado de um longa década em Barcelona, achará tudo tão normal quanto um toureiro de 65kgs enfiar uma espada na medula de um touro irritado de 500kgs …

… o que será falado através da (ben)dita Poesia, pode estar sendo cantado e o que estava sendo cantado quando receber inserts ao vivo de vozes exclusivas acabará dando o que falar alémdo que for dito.
… o que se vai ouvir, além da música, é um experimento que vem sendo testado há tempos, sempre experimentando novos movimentos e dando às possibilidades um momento de alegria.
… não é um sarau tradicional, nem uma sofisticação intelectual que quem não tem repertório suficiente pra compreender o que se passa não será capaz de entender … é tão simples que parece uma novidade que todo mundo já intuía … é tão original que chega a passar por moderno … poeticamente, será como sentir o gosto do pensamento e, como os pássaros que voam, ver algo como o vento … será único a cada momento!
… não falo sozinho, nem fico no palco o tempo todo – passo por um MC de festas entre amigos, por professor de ginástica emocional; mas o que eu curto mesmo naquela hora do evento é de ser poeta e de estar vivo naqueles momentos.
… não sou diretor; apenas direciono movimentos e procuro convergências, jogando um dominó como se fosse um mah-jong, um partida de poker onde o coringa está no baralho…
… e minhas convidadas não precisam ser treinadas nem dirigidas, executam o que, seja por um surpresa ou por um sentido sentimentalmente afetado por algo como a poesia, faz tempo que descobriram ser uma brincadeira das mais divertidas … sentiram que era fácil gostar do que fazem, pois sabem que nunca repetirão da mesma maneira o que atualizam cada vez que é encenado …
…graças a sorte do amor divino e à luz das paixões mais inocentes, sempre sobrará um pingo de dúvida quando nos juntarmos irmanados por uma amizade sujeita a sentimentos nobres e inteligentes para fazer o que, mais uma vez, faremos: – é o palco que está na frente da plateia ou se é a platéia que está na frente do palco? … se aparecer por lá, talvez a resposta esteja no vento – blowing in the wind…

hoje, até vou ensaiar os movimentos para amanhã … ter mais ideias e deixá-las à mão pra improvisar na hora … até agora, só eu não sei direito o que vou falar … mas, como eu falo demais, calado é que não vou ficar … rsrsrsrs

…para a segunda sessão, o tom ia mudar radicalmente

VIVOaoVIVO 2.0 (a) – 7 abril 2015

33h para o evento!
Ansiedade quem tem é o vento que vai pra onde quer e vem de onde quiser … eu tenho vontade … desejo de fazer o que vou fazer … se fizer bem feito, eu mesmo serei o que mais se sentirá satisfeito … se não der, a responsabilidade é só minha e não vou precisar transferi-la pra ninguém … costumo me cercar de quem me faz bem e, mesmo que digam o contrário, eu sei que sou do Bem …aliás, sinto-me muito mal quando faço mal a quem eu quero bem…

hoje, o dia deve ser espetacular … vou sair para criar música com meu parceiro Fred Nacimiento … vamos criar soundscapes para Alex Hamburger, Bia Beatriz Provasi, Sandra Bandeira, Tatiana Coelho, Natasha Sych, Nataly Vdovichenko literalmente curtirem com a minha cara!

Marcos Bonisson vai fotografar tudo e o Zé Peixoto vai filmar pra cinema!
Jorge Barata deve fazer uma action-paint durante e vou preparar soundscapes até pro Ricardo Chacal, Bayard Tonelli, Kyvia Rodrigues,Marisa Vieira, Mano Melo parece que até a Patricia Carvalho-Oliveira vai … caramba, Marianna Cersosimo vai e ela foi a primeira a curtir com a minha cara … se a Stella Kranz for mesmo, vou querer que ela curta com a minha e dispenso a carona no seu rally por questões médicas (tenho labirintite e velocidade é tudo que ela precisa pra disparar o alarme … rsrsrsrs)
…onde vou achar tempo pra tudo isso? No vento…
…acho que vou achar mais do que tempo … tem algo me dizenpo que Saturno resolveu me ajudar e esse é pele … mostra teus limites e te leva até eles … à flor da pele!
…e se chover? Que se chova!
quem gosta de marquise sabe pro que ela serve… rsrsrsrs

vai ser um bom começo pra nite de quarta … na Da Casa da Táta.
acho que vai dar certo demais!

VIVOaoVIVO 2.0 (b) – 8 abril 2015

24h para o evento… A vibração está muito boa
… o previsto é imprevisível
… à tarde, o ensaio do Fred Nacimiento para ajustar parâmetros do áudio OFF foi definitivo
… objetos e ferramentas checados … vai acontecer uma interação mágica
… entraram novas pessoas na minha vida e algumas serão resgatadas com vida de um vida muito antiga
… amigos que adoro estarão por perto
… o inusitado me manda recados
… SATURNO está me levando ao limite: a pele
… o extremo limite de mim mesmo
… o olhar: o horizonte sem limites
… o pensamento, no limite do infinito até zerar o zero
… sofisticando o empenho e delirando à vontade
… a ilusão de ótica está subindo a voltagem
… o limite estará dado e é com ele que serão jogados os dados; logo, é hora de cantar meu mantra titânico (esse refrão me faz levitar onde quer que eu vá; seja no Tiergarten, em Berlim, seja na madrugada carioca do Jardim de Alah): “…o acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído…!
… ah! que vai vai!
… que deus abençoe toda a luz que reconheço nos amigos
… meu amor é tudo que tenho para me não duvidar dos desígnios do meu destino
… amanhã estarei vivo … vivo ao vivo
… o barato do artista é fazer arte … o barato da arte é refazer o artista
… não há nada mais excitante do que se sentir capaz de tratar as emoções com carinho
… daqui a 24 horas estarei sonhando acordado
… depois, já sei mais ou menos o que me espera e a surpresa vai continuar me atraindo para o seu insubstituível labirinto
… nada como saber que a solidão não é estar sozinho e que comigo mesmo sei o quanto sou meu amigo
… ando falando I love you ao invés de Eu te amo
… acho que estou me apaixonando … devagarzinho
… como é bom saber que isso é tão íntimo que só na intimidade é possível medir o gongo desse sino
… não sei como ainda consigo lidar com isso
… só sei que consigo porque acho que achei um “contigo” onde menos esperava
…não é todo dia que um anjo cai do céu, te pega, te desconserta e conserta o que nem quebrado estava … só pra te ensinar a voar, mesmo sabendo que vc não tem asas, além das da imaginação
… acho que vou voar … acho que estou voando … aterrizar pra quê?
…e eu acredito que O ACASO VAI ME DISTRAIR ENQUANTO EU ANDAR PROTEGIDO

ensaiando improvisos … procurando charadas lógicas com a linguagem tratada como um conjunto de séries significadas e séries significantes …

PODE
AQUILO QUE LEVA VC A AMAR ALGUÉM
SER JUSTAMENTE O PRINCIPAL MOTIVO
PARA QUE ESTE ALGUÉM NÃO TE AME?

VIVOaoVIVO 2.0 (1) – 9 abril 2015

Foi extra produtivo … e Sandra Bandeira curtiu mesmo com a minha cara (fez – ou melhor, criou e levou os adereços – esta máscara ao vivo, em tempo real enquanto eu recitava)! Adoro essa pessoa … que astral (até agora não sei se a compatibilidade zodiacal está por trás disso … rsrsrsrs) … ela me transfere liberdade em estado puro … ela me faz me sentir livre sem nem precisar lembrar do que é a liberdade (essa palavra que sumiu até das passeatas políticas porque parece não atender desejos imediatos) … ela me inspira e até sugere (sugeriu) título para meus livros (sai semana que vem da gráfica) … entrou na minha vida pelo ACASO que me protege quando estou DISTRAIDO e não quero que saia dela nunca mais … continua me surpreendendo todo dia e não faz esforço nenhum para isso, não fica me seduzindo, nada … acontece, simplesmente acontece … que deus te abençoe, minha amiga … eu entendo tudo e eu sei que não é todo dia que um anjo cai do seu pra ensinar alguém a voar … vc me põe voando!!!

VIVOaoVIVO 2.0 (2) – 9 abril 2015

meu deus … como eu desejo amar quem eu amo! meu deus!!! como isso ainda é possível? onde encontro motivos para sustentar isso?
Nem preciso me lembrar … eu não esqueço nunca o que eu sinto … a lembrança vem quando eu menos espero e aí o improviso cresce … acontece na cabeça, mas vem do coração (um coração fatiado) … só eu sei o que senti nesse momento, no meio desse poema … e o que eu senti me mantem vivo, com vontade de viver … puxa vida: com é bom lembrar de vc! como é bom…

VIVOaoVIVO 2.0 (3) – 9 abril 2015

a mais doida das máscaras … o mais doido dos poemas… extra romântico e de uma sinceridade absurda (eu apenas tenho uns sinais que amplifico improvisando na hora) e, neste poema, uma lembrança forte, que já fiz de tudo para esquecer, veio e começou a mudar o rumo dos sinais … saiu do coração direto – aliás, já me tirou até do coma … a espuma irritava os olhos, mas as lágrimas ali foram reais mesmo … deliciosamente vivas … tudo queeu queria, quis e ainda quero viver e nunca pude, não posso nem sei se vou poder … nunca tive uma mínima chance de vencer a rejeição mais firme que já encontrei para um sentimento ilhado que me constrói (e me destrói) … um sentimento sincero que nunca tive por mais ninguém … caramba … é mais do que um sonho: é um desejo vivo (provavelmente engendrado no sonho, quando o tempo enlouquece e nada está sob seu controle – é assim que o desejo é criado para te surpreender quando estás acordado) … o poema completo ficou um absurdo de bom – tô até agora processando este poema e ainda não acredito nem me lembro de tudo que disse a partir dos sinais!
… obrigado, Tainá Tancredo ,que, na hora que chegou (no meio do evento) foi imediatamente improvisada de performer … nem pestanejou e assumiu o comando da nave … obrigada mana, pela espuma!
…e cá entre nós, o CUT-up da Ana Luiza Rego foi perfeito … eu tinha improvisado, mas ela lembrou e até me fez repetir a cena
… agora, vendo, ainda estou emocionado!
… que bom: tem tanto tempo que eu não choro por coisas que estão cobertas de beleza que valeu ver isso e voltar a pensar na sensação que tomou conta de mim quando estava dizendo este poema (ainda bem que está gravado e vou poder ver como cheguei a isso e, principalmente, reconhecer o exato momento da construção em tempo real do poema, em que a saudade que mais me compacta, apertou seu gatilho e disparou essa bala de prata na minha cabeça.
… eu sei que, mesmo que eu não possa viver na alma e no corpo, o que senti nas palavras que saíram neste momento, é de uma sinceridade a toda prova … até assusta quem leva uma vida colorida de namoros e romances voláteis … é sólido demais … solido como só é sólida a solidão de quem consegue sentir essa mistura de falta e presença ao mesmo tempo
… uma coisa é certa: esse sentimento derrota a morte que anda me convidando para sair com ela … rsrsrsrs

 VIVOaoVIVO 2.0 (4) – 9 abril 2015

…foi uma parada radiante tão cheia de impactos positivos que fica difícil escalar um momento que tenha sido melhor do que outro (aconteceu tanta coisa em 90 minutos – foi o tempo exato dos dois cartões de video) … tudo foi mesclado … cross-overs perfeitos!
…a poesia foi falada pela Marianna Cersosimo (caramba, quanto tempo – continua a mesma!!!), Kyvia Rodrigues, com aquela cara de danada;Beatriz Provasi (essa é do peito, minha melhor medalha porque o troféu é dela … rsrsrs) Ricardo Chacal, Mano Melo, Bayard Tonelli (esse trio sozinho já é um pelotão de fuzilamento eliminando caretas)… desandei a improvisar emocionado fazendo simultaneamente uma performance em tempo real (FaceType by Sandra Bandeira e ainda tinha, lá fora, a action-painting espetacular de Jorge Barata – deve ficar exposta na vitrine Da Casa da Táta por um tempo – muito foooooda! Vá fazer seu selfie lá e aproveitar o café, os bolos e os pães da Táta) … música da melhor qualidade (o que Fred Nacimiento está cantando ali, daqui a pouco estará sendo cantado até pela sua empregada)
… até quem não fala português gostou, como a stylist russa Natasha Sych (que deu ideias durante a semana – Thanks lady for your spiritual environment) … a Nataly Vdovichenko esteve com seu sorriso sempre à vista do meu olhar e eu, que tinha que fixar na camera de cinema, quando esquecia ou ficava perdido no meio improviso, olhava pra ela, lá no fundo e via e sentia que ela estava me mandando vibrações extremamente positivas pra lá dos Urais (quem fica achando que russas são só danadinhas por sexo, nem imaginam o que elas tem de materno e quão valioso é conquistar a amizade delas! Experimente … elas estão chegando aos montes … descobriram o RIO!!! e são as garotas mais divertidas desse mundo careta que estamos tendo que engolir! Isso eu garanto!.
Izabella Figueiredo? … uhm … essa é de outra falange: a das que captam e reinterpretam sinais de radar … estava lá e … plim! ligou suas antenas e … bom, aguardem … o futuro dirá o que ela captou e o que vai rolar!
…que prazer ver na plateia Any Collin … a atenção perspicaz dela me da força para tentar ir mais além do que consigo … até Maurição Antoun apareceu …
…até quem não foi esteve lá, comigo, pertinho de mim (uma, eu sei que estava mandando boas vibrações seja lá onde estava; a outra fez cócegas no meu coração e ele riu à bessa) … até Laís Chamma apareceu (se nada mais tivesse acontecido, só isso já valeria a noite) …essa noite vale o ditado: a noite é uma criança … essa noite não vai acabar nunca!
(65% do audiovisualbook programado e “in progress” está feito … tudo em cinema mesmo – né vídeo não! … alta qualidade garantida por nada mais nada menos que Zé Peixoto

VIVOaoVIVO 2.0 (5) >> Mask1.0 (alive action) – FACE SALAD – 10 -Abril 2015

pra pensar: “Do mesmo modo que os atores põem uma máscara, para que a vergonha não se reflita nos seus rostos, assim entro eu no teatro do mundo – emascarado para não assustar os parvos.” (Descartes – sec. XVI)

…vc se parece mesmo com a sua foto da Carteira de Identidade?
…quantas identidades vc tem, mesmo não se sentindo nem esquizofrênico nem psicótico? (rsrsrs)
…qual a máscara que vc usaria para se parecer consigo mesmo?

…num mundo onde a única Crise Moral é a da identidade de si para si e da Identidade que reflete a sua ética para com os outros, qual a cara que vc faz quando goza? será a mesma que vc faz quando alguém te diz eu te amo? a mesma que vc arma pra quem te ofende? … uma máscara que vc tira quando tem que se olhar no espelho e reconhecer que o tempo anda passando na tua cara (que, aliás, é a parte do teu corpo que vc menos vê na vida)
…as máscaras do Carnaval de Veneza não tem a mesma função das máscaras do carnaval brasileiro que, por seu turno, nada tem a ver com as usadas no dia dos mortos, no México … as máscaras do Teatro japonês …

Como diz meu amigo Eduardo Logullo: à la Andy Warhol – NO FUTURO, TODO MUNDO VAI SER CURADOR DE EXPOSIÇÕES DE ARTE POR 15 MINUTOS”
agora é aguardar a montagem do material registrado ao vivo … 99 minutos de pura dinamite!

MASKS & MUSIC

VIVOaoVIVO 2.0 >> Mask1.0 (alive action) – FACE SALAD

pra pensar: “Do mesmo modo que os atores põem uma máscara, para que a vergonha não se reflita nos seus rostos, assim entro eu no teatro do mundo – emascarado para não assustar os parvos.” (Descartes – sec. XVI)

…daí que peguei a performance que fiz com Sandra Bandeira & Fred Nascimiento, 8 de abril, na Casa da Táta (Gávea-RJ) e usei as fotos para por no ar a demo de uma música inédita (efetivamente, a que tocou na hora da máscara)

música inédita (executada no evento): JÁ ERA (Tavinho Paes / Fred Nacimiento) 

“ninguém sonha como eu sonho
nem meu desejo é obsessão
ninguém sabe o que eu penso
eu sempre mudo de opinião

alguém que não me queira um rei
nem precisa sentar no meu trono
se eu não posso ser de alguém
que ninguém queira ser meu dono

ninguém quer ser alguém que alguém disse que já era
ninguém vai ser alguém que ninguém nunca foi
ninguém quer ser de alguém que alguém acha que já era
ninguém quer ser de alguém de quem ninguém nunca foi”

the mask – art-action by Sandra Bandeira

…vc se parece mesmo com a sua foto da Carteira de Identidade?
…quantas identidades vc tem, mesmo não se sentindo nem esquizofrênico nem psicótico? (rsrsrs)
…qual a máscara que vc usaria para se parecer consigo mesmo?
…num mundo onde a única Crise Moral é a da identidade de si para si e da Identidade que reflete a sua ética para com os outros, qual a cara que vc faz quando goza? será a mesma que vc faz quando alguém te diz eu te amo? a mesma que vc arma pra quem te ofende? … uma máscara que vc tira quando tem que se olhar no espelho e reconhecer que o tempo anda passando na tua cara (que, aliás, é a parte do teu corpo que vc menos vê na vida)
…as máscaras do Carnaval de Veneza não tem a mesma função das máscaras do carnaval brasileiro que, por seu turno, nada tem a ver com as usadas no dia dos mortos, no México … as máscaras do Teatro japonês …

…um texto guia para curadorias eficientes:
Como diz meu amigo Eduardo Logullo à la Andy Warhol: NO FUTURO, TODO MUNDO VAI SER CURADOR DE EXPOSIÇÕES DE ARTE POR 15 MINUTOS”

“O preço da ignorância é a perda de conversa inteligente. Eu não falo de ignorância em termos de conhecimentos acerca de outros, mas de uma ignorância do que se passa dentro de nós, da verdadeira motivação por detrás das caras multifacetadas que nós mostramos em batalha. Às vezes sentimos tanta necessidade de criar estas caras, de assumir títulos e defender honras, que perdemos a capacidade de percepção da confusão de identidades voláteis que todos carregamos e que está à vista de todos. E, hoje em dia, nada mais significativo do que a máscara que usamos nos nossos SELFIES!

Nós perdemos a capacidade de perceber a razão principal da formação da máscara que usamos e que, sem um espelho, nunca sabemos como está ajustada ao nosso rosto: longe da incomoda ação de Narciso em seu lago espelhado, essas máscaras são as que foram formadas à nossa revelia ou sob nossa tentativa de controlar emoções … de todo modo, servem para que nós saibamos sobre aquilo que mais precisamos melhorar em nós mesmos e deixarmos de lado o que é excesso, indigesto, “mefistitélico” ou maléfico para que possamos criar uma máscara mais aproximada ao que precisamos melhorar … e melhorar nada tem a ver com saúde nem com humor!.
Máscaras mesmo são aquelas que não escondem nada do que queremos revelar. Elas são prismas que iluminam as nossas almas para que possamos andar com o nosso coração à nossa vista e podermos oferecê-lo como padrão de qualidade ética para quem nos encarar.

…com os tempos modernos, cheios de informações em ziguezague e tormentos depressivos compensados por euforias epifânicas, começamos a ver as nossas máscaras nos outros e começamos a tentar tentar mudar ou adorar qualquer ação ou inação que nos afetam a partir deles … a culpa sempre cabe melhor nos outros … o mal é sempre um ser alienígena que tenta estragar nosso caráter e nos pregar uma máscara que não podemos ver sem que reparemos como os outros a estão vendo.

Eu rezo para que todos percebamos que somos todos máscaras de si mesmos, que vivemos através delas e que as deixamos de lado quando acabamos. Nós não somos as máscaras. Elas é que nos exprimem no momento em que precisamos nos perceber.
(por Rialian, Línguas e Humanidades da Escola Secundária de Arouca, Douro Litoral – Portugal – dez. 2008)

ANA DE LUCCA [dando a louca]

…conheci esta pessoa maravilhosa, no Londrix … em Londrina (Paraná): outono de 2007

… entre tantas pessoas bacanas* no festival, como meu brother Mário Bortolotto, o Fabrício Carpinejar
… ela nem estava diretamente participando das amostras no Cemitério de Automóveis; mas, logo no primeiro contato audiovisual, sabia que era uma artista gestando algo inusitado … algo que ela continua criando … como sua técnica de caleidoscópio, suas trilhas sonoras especiais (aliás, na Universidade local, trabalhou com áudio e fez experimentos radiofônicos (na verdade, trilhas para audiobooks – com um poema meu) …  eu adoro esse especial, aqui

… aliás, seu portfolio local inclui um monte de coisas BACANAS (*Bacana é uma espécie de espírito que ela e suas amigas cultuavam … ele deve ter incarnado em mim, durante a entrevista que ela e sua galera fizeram comigo, numa …piscina!

… alguns anos depois, ela esteve no Rio … fizemos um memorável performance juntos, numa das festas do SOBRAdoROCK, do Arnaldo Brandão, em Botafogo…

ainda durante esta estadia, tentei inventar uma Galeria de Arte por lá e ela inaugurou com as fotos do video acima trabalhadas num photoshop pelo artista … ?
.

KATASTROIKA (aguardando a Nova Glasnost)

… é um docx longo (75 minutos!) mas absolutamente vital para quem quiser entender o que aconteceu com a outra parte da laranja da guerra fria…
recomendo que quem realmente estiver afim de ver este video relaxe e, se tiver TV que acessa web, use o canal e o link … vale a pena

SEGREDOS VITORIANOS

… DIZEM que este – recentemente acontecido – é O MAIS SEXY SHOW DO PLANETA!

… em 2007, a brasileira Adriana Lima esteve abrindo o momento Blade Runner, onde também brilhava a russa Karolina Kurkova, que, depois de uma confusão dos serviços de segurança americanos, em 2009, foi acusada de espiã soviética, pela CIA, provocando um incidente diplomático desagradabilíssimo …

… há vários videos na rede, que acompanho, com interesse na produção do espetáculo que serve de desfile, os cuidados com o visual do que está vivo e do que ganha vida neste material vivo, embora tenha que admitir que a finalidade seja apenas a do comércio, esse show anual, desde 2001 é um esculacho … por isto,  vale a pena conferir…

CHEGA!

ÀS BRUXAS BÁLTICAS

… errei na medida e deixei o ar condicionado congelar o quarto nesta manhã primaveril carioca. A chuva fina esfriou a praia a dois quarteirões daqui … os celsius devem ter chegado a 29 lá fora, mas, aqui dentro, deve estar perto dos 9 graus!
… o laptop está aberto desde ontem … numa tela do You Tube que me levou a passear pelos fjords escandinavos, ouvindo rock’n’roll heavy metal com as garotas nórdicas nos vocais derretendo palavras como bruxas punks em canções poemas tão míticas quanto o reino de Odin …  como a filandesa Tarja Turunen do grupo Nightwish cantando NEMO, cujo refrão me enlouquece Oh how I wish for soothing rain / All I wish is to dream again … My loving heart lost in the dark ; For hope I’d give my everything…

… essa banda e essa cantora são muito especiais … mas, pegando leve, eu já tinha curtido algo mais pop, com a sueca Lolita Pop, com uma vocalista que lembra a Paula Toller, ( Karin Wistrand)  que, por coincidência era contemporâneo do Kid Abelha (1985/85) … um roquinho danado de bom, numa língua quase alienígena … mas ela também curte cantar em inglês (escandinavos não tem problemas com línguas extra-nacionais … senão, pra gente entender o que eles dizem em suas línguas natais, só (como ela mesmonos  orienta na canção a seguir) batendo com a cabeça na parede!

… e para começar esta manhã de sábado, vou mais fundo!
… vou vestir uma balaklava, atravessar o Báltico e ir visitar as PUSSY RIOT na cadeia, ouvindo sua canção mais famosa, executada num Rock in Rio compulsório numa igreja, e escutar no refrão algo como Sai, Sai … sai cafona! (na verdade, pelça tradução quase literal, en español, impressa nos sublayers do video, elas estão dizendo: Merda! Merda! … o senhor (Putin) é um merda! … o que é quase a mesma coisa!

IMAGINE ISSO NO BRASIL DE HOJE

… quando a gente vê um Obama sentado na presidência dos USA (espionando Dilma, eu, voce ou não?) esquece que isso demorou mais de 200 anos para ocorrer … assim como atores negros aparecerem na Tv como um Lázaro Ramos…

… mas, lá nos idos de 1970 (30 anos atrás!!!), quando o soul dance explodiu nas boates “brancas” (Studio 54 – abriu em 1977 e o  local foi teórica e praticamente inventado pelos brasileiros que vivam ou estavam de passagem por New York), um cara, no verão americano de 1971, fez um despretensioso programa de TV para quem dançava o soul music que estava começando a pipocar nas rádios (aqui, nosso Jorge Benjor já fazia isso na pegada do samba) … era o funk da época …

… a cenografia era simples e começou a se espalhar pelas boates de Uptown e do Harlem que não só curtiam o sagrado jazz … o cara punha um tapete com o desenho de um trilho de trem no meio da boate (ou do estúdio da TV), dois grupos se formavam às margens do tapete-trilho e, em ritmo de trenzinho caipira (algo como samba de roda da Bahia) duplas iam desfilando dançando. cada qual com 30 segundos para cruzar a linha (e tinha prêmios simples como rádios de pilha!!!)

… valia de tudo, todos os ritmos, desde que filtrados pela metaleira cadenciada do soul-funk da hora!
… nesse clip a seguir, botaram uma latina …

… apesar do forte ser comandado pelos tigrões da época – os JamesBrowns, os Jackson 5, os Marvin Gayes, os Ottis Reddings – havia no meio a magnífica Cleópatra do Alabama, a toda poderosa Martha Reeve and The Vandelas dizendo que tudo que precisamos é de música, boa música, para dançarmos nas ruas (all we need is music / good music / to dance in the streets!)…

… contra tudo e contra a MTV (que não passava soul) virou o que chamamos aqui na web de VIRAL
… era simples e qualquer um podia se inscrever
… veja o clip a seguir e imagine um agora, em 2013, com o Funk da periferia carioca … é: é pra imaginar isso, hoje!!! aqui, no Brasil
No Brasil, Isso da SAMBA!!! … imagine – lá vai o tema de Isaac Hayes para o 007 – Shaft!!

AO VIVO POR AÍ

… ISSO FOI NUMA BIROSCA, NUMA MADRUGADA … LÁ ESTAVA EU, DE IMPROVISO … falando da TV no DIA DOS NAMORADOS!

… E LÁ ESTÁVAMOS EU, ANTÔNIO CÍCERO, MÁRCIO-ANDRÉ, O PESSOAL DO ÉDSON CRUZ … lá no Capella, na Lapa (Rio), depois do lançamento de O Que é Poesia? e estavam todos querendo sabe ronde não tinha uma blitz sa Lei Sec, a novidade do governo do Não Pode Isso Não Pode Aquilo, produto da Secretaria do mesmo nome à serviço do descaracterizados do Rio – Eduardo “Carlos Lacerda” Paes (num mandato, todas, absolutamente todas as Leis aprovadas pelo seu pessoal e encaminhadas pelo seu gabinete eram medidas proibitivas … só proibição …

… encerrando com minha volta aos Pilotis da PUC-RJ, onde comecei a vender livretos de poesia (panfletos) em 1973 …

ESTÚDIO MÓVEL – 2011

… REGISTRANDO E GUARDANDO (ATÉ QUE ALGUÉM – ou o próprio You Tube – TIRE DO AR)